domingo, 30 de setembro de 2018

Traje de Passeio 1890s

    Traje de passeio (walking suit) 1890s composto de casaca em gabardine com detalhes em soutache, saia de tafetá e camisa (shirtwais) de tricoline com detalhes em renda e guipir. Como roupa de baixo chemise curta, drawers e corset. Usado durante o VI Picnic Vitoriano em 2017 e um ensaio fotográfico no mesmo ano. 

    Modelo desenhado e confeccionado por mim (exceto corset), tendo como referência os figurinos da Vanessa Ives (Penny Dreadful) e acervos de museus. 

Posts relacionados:

Traje de passeio 1890s - detalhes sobre o processo de costura
Clássicos de horror e mistério do século XIX -  onde comento sobre Penny Dreadful

Fotos por Rose Steinmetz:



 Foto por Felipe Buli:

Foto por Cleusa Vargas:

Foto por Mitsuo Yamamoto: 





segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Frankenstein e 200 anos de ficção científica

 

    Aos moldes do post que fiz anteriormente (Clássicos de horror e mistério do século XIX), nesse trago mais indicações de clássicos da literatura, dessa vez abordando outro gênero pelo qual eu sou apaixonada: a ficção científica. 

    Esse gênero literário tem uma origem curiosa: Ele foi inventado por uma moça em um desafio, em apenas uma noite! Mary Shelley estava em uma reunião na casa de Lord Byron com seu marido, e em determinado ponto da noite Byron desafiou seus convidados a escreverem uma história de horror. Shelley levou bem a sério o desafio e escreveu o conto que daria origem a Frankenstein - Ou o Prometeu moderno. Ela aproveitou avanços na medicina da época para escrever sua história e assim surgiu o que hoje chamamos de ficção científica. 

    De lá pra cá muitos títulos seguindo os mesmos preceitos foram lançados. Resolvi montar uma brevíssima linha do tempo com alguns livros marcantes de várias décadas diferentes ao longo desses dois séculos, que considero clássicos da ficção científica indispensáveis pra quem é fã do gênero.

1818 - Frankenstein

Ilustração por Bernie Wrightson

    A história de Frankenstein - Ou O Prometeu moderno é narrada por Dr. Victor Frankenstein, um estudante incrivelmente talentoso obcecado em dominar a natureza e ser capaz de criar vida. Victor tem êxito em seu projeto e abandona a sua criatura no mesmo instante devido ao horror que sente por ela. Desde então vemos os terríveis acontecimentos que surgiram em consequência desse ato. Ao contrário do que possa parecer pela premissa, a atmosfera de horror não tem como base simplesmente a presença de um monstro na história, mas sim o tormento que criador e criatura sofrem, na expectativa de que um dia possam acertar as contas.  

    Frankenstein é um livro que aborda discussões sobre os limites da ciência e a ambiguidade nos conceitos de bem e mal, herói e vilão. Um livro sobre monstro que fala principalmente de sentimentos humanos. Na minha opinião o maior trinfo da história é a melancolia que transparece e nos faz refletir sobre o que realmente define um monstro.

1895 - The time machine

    Novela escrita por H. G. Wells, acredita-se ser a primeira obra de ficção científica que trata da viagem no tempo por uso de uma máquina. Na história, o personagem principal - chamado apenas de Time Traveler - consegue inventar uma máquina que o transporta para a quarta dimensão, a dimensão do tempo. É a partir que se inicia a sua aventura, a adaptação de um viajante a um mundo bem diferente do seu. É uma das obras mais famosas de H. G. Wells e influenciou várias outras que vieram depois. 

1932 - Admirável mundo novo

    Além de um clássico da ficção científica, Admirável Mundo Novo também figura em listas de distopias clássicas. No futuro imaginado por Aldous Huxley, a sociedade está estruturada em castas, com diversos avanços tecnológicos relacionados a reprodução e controle das emoções. Em contraponto a essa sociedade existe uma espécie de reserva onde pessoas vivem aos moldes do passado, que são chamados de selvagens. Insatisfeito com o mundo em que vive Bernard Marx passa a se aproximar de selvagens e questionar se o modelo de sociedade em que vive realmente é o ideal. 

1950 - Eu, Robô 

Ilustração por Mark Zug

    O livro é composto por vários contos que não estão diretamente ligados, mas são apresentados em ordem cronológica e se passam no mesmo universo futurístico. Nele, robôs já fazem parte do dia a dia da humanidade, o que pode ser uma comodidade e também um perigo. Apesar de não ter sido o primeiro livro sobre robôs, Eu, Robô é um dos livros mais importantes sobre o assunto e as leis da robótica propostas por Isaac Asimov são seguidas por vários outros escritores até hoje. 

1968 - Androids sonham com ovelhas elétricas?

    Outra grande distopia, Androids sonham com ovelhas elétricas? se passa na pós apocalíptica São Francisco de 2021, onde Rick Deckard trabalha como caçador de recompensas. Por causa de gases tóxicos que poluem a Terra (causados por desastres nucelares) a maioria dos humanos migraram para outros planetas, ficando no planeta o que seria considerado a escória da sociedade, pessoas que não são inteligentes o suficiente, caçadores de recompensas, androides disfarçados. Mas o livro não foca nesse futuro distópico mas sim no dilema moral de Rick, que precisa exterminar robôs tão avançados que a diferença deles para os seres humanos são extremamente sutis. 

1985 - Ender's game

    Por vezes classificada como uma ficção científica militar, o livro foi escrito por Orson Scott Card. O ponto de partida da história é o conflito entre uma raça alienígena - os Formics, e os humanos. Num futuro sem data especificada, a Terra foi invadida por uma raça alienígena que no passado deixou vários danos ao planeta. Desde então, crianças são enviadas para centros de treinamentos físicos e psicológicos para que a humanidade esteja apta a se defender de uma próxima invasão. Entre essas crianças está Ender, que ainda que seja considerada uma criança indisciplinada é extremamente inteligente e se destaca na escola de combate. Apesar da polêmica sobre a violência  no livro, ele foi bem recebido pela crítica e inclusive foi leitura sugerida de agências militares. 


1990 - Jurassic Park 

Ilustração por Mark Englert

    Talvez uma obra que dispense apresentações, Jurassic Park definitivamente foi um marco na ficção científica contemporânea. Usando a manipulação genética e descobertas sobre DNA como plano de fundo para seu thriller Michael Crichton trouxe dinossauros de volta à vida em uma espécie de parque temático. Não há como medir a influencia desse livro, que fez com o que interesse em dinossauros crescesse de forma exponencial e que inspira não só outras obras da ficção mas  também cientistas que tentam recriar o que Crichton imaginou. 


    Seria impossível resumir séculos de produção literárias em apenas um post, e cada uma dessas obras certamente poderia ser explorada em textos mais detalhados, mas a ideia aqui foi apresentar um panorama e indicar obras que eu gostei ou considero interessantes, por apresentarem a ficção científica de diversos pontos de vistas. Espero que tenham gostado. Apesar de não ser um tema muito frequente, eu realmente adoro escrever sobre literatura e ainda pretendo abordar o tema outras vezes por aqui.